Se há uma coisa aí que realmente me encanta na língua portuguesa, especialmente a falada, é a total flexibilidade do aí.
Ninguém ignora aí que o aí é usado no início da frase (p. ex, aí eu disse...), no meio (p. ex., o que se pode dizer aí sobre o uso indiscriminado...) e no final (isso é tudo que se pode dizer aí). Uma espécie de próclise, ênclise e mesóclise frasal. Não é lindo?
É bom lembrar que a filosofia também gosta de um aí: ser-aí; aí-presente etc.
Mas, apesar de encantada, não posso me furtar de dizer aí que não tem sentido aí esse aí aí. É que o aí está mal empregado aí. Não é o caso aí de se usar um advérbio de lugar aí porque não há lugar algum aí. Ou há e eu é que vi?
Em todo caso, será que não dá prá parar aí de usar o aí?
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