Como esse é mesmo o lugar do patético, vamos ao Big Brother.
Na semana passada o país assistiu e participou ativamente de um programa de quinta, com votação de quinta. Todas as vezes em que meu controle me levou ao Big Brother, o professor baiano estava chorando. É verdade que não havia uma grande decisão a tomar, nada que afetasse o destino do país, mas ainda me espanta ver nossa infinita capacidade de confundir lágrimas com sinceridade e de achar que quem chora merece colo. Lembrei dos comerciais da Bombril, com aquela figurinha franzina, falando que vai perder o emprego se a matrona que o assiste não comprar o produto que ele vende. Os anos em que o comercial ficou no ar, com o mesmo apelo emocional, prova o quanto ele é eficiente. Chore, identifique-se como minoria, mostre-se um coitadinho sofredor em um mundo cruel, e eis a vitória. Gente, o que é isso? Peste emocional às avessas?
Um viva às lágrimas! Afinal, o que mais há para se dizer? Yes, nós assistimos ao Big Brother! Yes, nós vimos o coitadinho chorar! Yes, nós vimos o coitadinho levar a bolada! Yes, nós lemos a reportagem de duas páginas da Veja! Yes, nós temos um herói nacional, que sobreviveu à sordidez com lágrimas! Yes, ele vai a Paris! Yes, ele vai escrever outro livro! Yes, ele vai vender! Yes!
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2 comments:
Yes... esse é um, dos vários mundos do nosso mundo.
Acho que vou me inscrever para o próximo Big Brother. :)))
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