Monday, April 25, 2005

Pirateando íbis

Quem acha que pirataria é coisa nova, que a tecnologia trouxe a reboque, engana-se redondamente. Arqueólogos encontraram em uma tumba, no Egito, um número impressionante de íbis mumificadas, em bom estado de conservação. Até aí nada de novo. A íbis era um animal sagrado. Por ser um pássaro, representava a liberdade. Os egípcios da época dos faraós tinham o costume de presentear os mortos, especialmente os ilustres, com uma íbis mumificada, para que o pássaro concedesse ao espírito do morto a liberdade, ou qualquer coisa assim. Bem, esse morto recebeu centenas de pássaros mumificados. O curioso da história toda é que, após o exame de raio X dos animais mumificados, descobriu-se que a esmagadora maioria era falsificada. Dentro das bandagens havia de tudo, menos pássaro.

Conclusão? A pirataria é coisa velha, velhíssima.

Será que as famílias que compraram os animais embalsamados para presentear o morto sabiam que estavam comprando gato por lebre? Provavelmente não, já que só especialistas sabiam mumificar e, depois de concluído o trabalho, dificilmente alguém iria examinar o que havia por trás das bandagens. Já que a íbis era um animal sagrado, é pouco provável que alguém ousasse sequer desconfiar da prática.

Mas também pode ser que soubessem e que comprassem assim mesmo porque devia custar bem menos que o original (tipo uns 10%, para valer a pena o sacrilégio). O morto, é claro, haveria de perdoar a pequena falha.

O que vale é a intenção, né?

2 comments:

Anonymous said...

hahaha fala sério.. Isso aí aconteceu mesmo???

sofista said...

Oi Dani! Sim, aconteceu mesmo. Há um documentário da BBC sobre isso. Vou procurar o link e, se encontrar, coloco aqui.