Tuesday, June 15, 2010

Teimosia

Noël Carroll, em A filosofia do horror, agradece aos pais por ter insistido que não perdesse tempo assistindo a filmes de terror. Parte de seu interesse pelo gênero, o autor parece sugerir, veio do fato de ignorar esse conselho.

Quando criança, assistia a filmes de terror de madrugada, para que meus pais não soubessem. O gênero era proibido, o que o tornava mais interessante. Mas, diferentemente de Carroll, confesso que não aproveitei nada da experiência. Acho mesmo que foi pura perda de tempo.

Os filmes perderam a capacidade de assustar. Ficaram ridículos. Há algo de infantil em querer assustar, e em deixar-se assombrar pelo imaginário. Por este imaginário, ao menos.

Ainda assim, insisto em assistir a filmes de terror. Ao final, sempre me pergunto que parte obscura de mim quer sentir medo, e por que me sinto tão frustrada em não me assustar mais com filmes.

Bem.

Seja como for, ainda gosto do gênero. Não dos filmes exatamente, mas do gênero.

Afinal, para quem comete o sacrilégio de preferir Green Jelly a Chico Buarque, filme de terror está de bom tamanho.

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