Friday, July 24, 2009

Verdade ou verdades?

Se me perguntassem onde arrumo tempo para assistir a seriados, eu não saberia dizer.

Talvez fosse mais apropriado perguntar por que assisto a seriados, mas eu também não saberia dizer.

De qualquer forma, depois de assistir a todas as temporadas de CSI Las Vegas e CSI Miami e uma de CSI New York, cansei desse tipo de programa.

Eu sei, demorou.

Mas tudo bem. Antes tarde que nunca.

De todo modo, saí dessa experiência com duas impressões fortes: a primeira é que a velha idéia de verdade empírica, meio fora de moda, meio desacreditada depois de Popper, voltou com força total. Nada é mais verdadeiro que um teste de DNA; nada é mais eficiente que a medicina forense.

Antes que alguém me acuse de tentar transformar a fantasia em realidade, lembro que, nesse caso, essa verdade empírica é ao menos idealmente a rotina das investigações policiais, o que já diz muito. A diferença, hoje, é que a tecnologia emprestou a essa rotina um caráter de verdade definitiva, como se não fossem necessários seres humanos para sintetizar os dados empíricos.

O segundo ponto é uma consequência natural e óbvia do que disse antes: o lugar do sujeito na investigação, já que foi tirado dele o lugar que lhe restou, o de intérprete desses dados. O sujeito desapareceu sob a tecnologia, sob a verdade empírica. O sujeito é aquele que deve se calar, aquele que não tem e não pode ter nada a dizer diante da verdade empírica. É o detalhe técnico que detém a verdade do sujeito que, neste caso, é o resto, aquilo que sobra da verdade não passível de revelação pela técnica.

2 comments:

Anonymous said...

De certa forma invejo você, apesar de nossos gostos por seriados serem bastante diferentes. Nunca consegui passar da primeira temporada de Heroes. Lost é outro sonho distante. Smalville até que estou um pouco adiantado. Mas tenho fé que um dia escreverei aqui, com muito orgulho, que consegui assistir todas as temporadas de Heroes, Lost e Smalville. :)

Abraços, Sofista.
Atílio

sofista said...

Oi Am!

Com exceção de Lost, que deixou de me interessar no começo da quinta temporada, os demais que você cita eu não vi. Gosto de seriados policiais, de medicina forense, históricos ou baseados em boa literatura. Mesmo assim, desconfio que não dá prá sentir orgulho não. :-))) No máximo, da resistência. :-)))

Abraços!