Sunday, June 14, 2009

Na correria, a sutileza ficou em casa

Michael Walzer é o filósofo que estou lendo atualmente, e estou apreciando bastante. Mesmo assim, confesso que fiquei surpresa com o parágrafo colado abaixo, de Guerras Justas e Injustas, capítulo 7, sobre a Guerra da Coréia da década de 50:

A guerra americana na Coréia foi descrita oficialmente como uma "ação policial". Tínhamos ido ajudar um Estado que se defendia de uma invasão total, empenhados no árduo trabalho de fazer vigorar a lei internacional... Mais uma vez, estávamos em guerra contra a agressão em si tanto como contra um inimigo específico. Pois bem, quais eram os objetivos de guerra do governo dos Estados Unidos? Seria de esperar que a democracia americana, vagarosa para se enfurecer, mas terrível em sua ira justa, tivesse pretendido a total erradicação do regime norte-coreano. Na realidade, nossos objetivos iniciais eram de natureza limitada. No debate no Senado a respeito da decisão do presidente Truman de enviar às pressas tropas americanas para a guerra foi afirmado repetidas vezes que nosso único objetivo era forçar os norte-coreanos a voltar à linha divisória e restaurar o status quo anterior à guerra.... "O Estado ganancioso", escreve Liddell Hart, "inerentemente insatisfeito, precisa alcançar a vitória para conquistar seu objetivo... O Estado conservador consegue atingir seu objetivo... frustrando o empenho do outro lado pela vitória."

Moral da história: Walzer, filósofo americano, é mesmo americano.

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