Friday, December 15, 2006

Atrocidades da Bíblia

Encontrei o site (linkado no título deste post) sobre as supostas atrocidades encontradas na Bíblia. Sinceramente, não vejo sentido nesse tipo de coisa. Para quem crê, isso não diz nada. Afinal, Deus age como lhe convém. Ou, como diria Kierkegaard, ser religioso é ser capaz de, se necessário, ir além dos valores humanos. Para quem está indeciso, tem pouca cultura e pouco discernimento, as supostas atrocidades podem até servir de desculpa para sair por aí defendendo um ateísmo que nada mais é que ressentimento. Enfim, para quem não crê, pouco importa que a Bíblia corresponda à moralidade e à ética do homem de hoje. Afinal, não passa de um livro cheio de histórias, provérbios, alguma poesia e muitas lições sobre como se deve viver para alcançar o paraíso.

Para mim, o Velho Testamento é de longe mais interessante que o Novo, pela história. Fantasia por fantasia, todos os povos antigos tiveram a sua. E, depois, é fácil compreender que um povo guerreiro precise de um deus guerreiro (afinal, Zeus não era isso mesmo?). As qualidades morais, digamos assim, de um guerreiro são o caráter implacável com os inimigos, a força física, a coragem, a firmeza de propósitos e o apego apaixonado ao que defende. Já dizia Platão que um guerreiro que chora como uma mulher no parto não serve para vigiar uma cidade. Mas, se for embrutecido demais, torna-se um perigo para a cidade. O deus dos judeus do Velho Testamento é capaz de se sensibilizar com o sacríficio, mas é sobretudo um guerreiro para um povo que precisa se defender e conquistar.

Mas logo vieram os romanos, e os judeus deixaram de ser livres. Para um povo assim, o do Novo Testamento, as principais "virtudes morais" que o deus deve ter são o amor e a compaixão. O deus-rei de um povo que sofre deve, antes de tudo, ser pai, e pai misericordioso, que perdoa, que não exige sacrifícios, mas que é capaz do maior sacrifício: abrir mão de seu único filho, o princípe, em benefício de seus súditos. Que povo agraciado! Só assim é possível ter esperança novamente: o guerreiro voltará, montado em um cavalo alado, para vencer o grande inimigo em uma batalha final, mas só no futuro. Até lá, precisa-se de pai, porque o pai ama seus filhos e sabe o que é melhor para eles.

5 comments:

Anonymous said...

Sofista, de que signo vc é?

sofista said...

Touro. Com lua em Aquário e ascendente em Áries. :-)))

Anonymous said...

Ahhhh, mulher de pouca fé...

Como vc vem lançar dúvidas sobre a bíblia?
Não sabe que o cristo reencarnado esta no Brasil?
E aqui no sul (em curitiba).

O INRI.
(www.inricristo.org.br/)

Deus tenha clemência por vc, pois eu já estou procurando o meu "martelo das bruxas" para restaurar a fé nesse mundo que caiu na luxúria.

:)

sofista said...

Pouquíssima fé! :-))) Mas não sou irrecuperável não, tá? Adoro sistemas simbólicos e torço para que um deles me pegue. É como brincar de montar um quebra-cabeça. O ruim é que, uma vez montado, ele perde a graça. :-)))

Não tenho dúvidas sobre a Bíblia não; só tenho certezas. :-)))

Visitei o site. Cristo reencarnado em Curitiba! E visitou Belém do Pará, claro! Vou escrever sobre isso qualquer dia destes, viu?

Vê como tenho razão? Com tanto louco solto por aí, talvez haja esperança para mim. É tudo uma questão de fé. :-))))))

Já dizia meu coleguinha, o sofista Górgias: "Sábio é deixar-se iludir". Pois é. Estou me esforçando para ser sábia. :-)))

sofista said...

Sugiro que procure o seu martelo das bruxas na editora Record. :-))))