Tuesday, July 24, 2007

O homem da montanha

Em 572 a.C. o estratego ateniense Sólon retirou-se da vida pública. As reformas que havia feito resultaram no surgimento de três partidos políticos em Atenas: o da Planície, conservador, chefiado por aristocratas latifundiários; o da Costa, dominado por ricos comerciantes e armadores e o partido da Montanha, dos trabalhadores urbanos e rurais.

Um dia o chefe da Montanha , Psístrato, se apresentou à Assembléia alegando ter sido ferido por inimigos políticos e pedindo, para sua proteção, 50 homens armados.

A lei proibia que alguém tivesse guarda particular, para impedir pretensões revolucionárias.

Chamaram Sólon, para ajudar a resolver o problema. Sólon alertou os atenienses das consequências de atender ao líder da Montanha, mas como ele pertencia ao partido da Costa, e tinha contra si também a Planície, a intervenção de Sólon serviu apenas para dar mais força a Psístrato, que obteve autorização para reunir e armar 400 soldados, em vez dos 50 solicitados.

O resultado imediato foi o previsto por Sólon: Psístrato tomou o poder e tornou-se tirano. Seu governo sobre Atenas durou até sua morte, de causas naturais, 19 anos depois.

Apesar do modo como havia chegado ao poder, Psístrato não foi mau governante. Deu continuidade às reformas de Sólon, submeteu-se ao Senado e à Assembléia e conseguiu fazer uma reforma agrária tão bem planejada que perdurou por muito tempo e não chegou a desagradar nem aos latifundiários, nem aos trabalhadores.

2 comments:

Anonymous said...

Exceção que confirma a regra de que revoluções sempre acabam mal.

sofista said...

Oi John!

De fato. :-))) Psístrato se deu bem, mas deixou o lugar para o filho, um tal de Hípias. Este, sim, foi realmente um tirano. Fez tanta besteira e foi tão ruim que deram um jeito de matá-lo. :-))