Atenas, século V a.C. Durante os jogos olímpicos, um arqueiro acertou, por acidente, um rapaz que assistia aos jogos, e o matou.
Péricles, o chefe ateniense encarregado de encontrar o culpado e puni-lo, ficou bastante confuso. A quem deveria culpar?
Para não errar, e talvez para não perder a fama de homem justo, mandou chamar seu mestre Protágoras, o sofista.
- A quem devo responsabilizar pelo acidente?, teria perguntado ao sofista.
Protágoras tratou logo de sair de cena:
- Se perguntar ao médico quem é o culpado, ele dirá que a flecha matou o jovem. Se perguntar à autoridade política, dirá que o culpado é o organizador dos jogos, por ter permitido o acidente. Mas, se perguntar ao juiz, ele dirá que o culpado é o arqueiro, porque foi um ato seu que ocasionou a morte do rapaz. Então, decida quem decidirá.
Ninguém pode dizer que Protágoras não fosse esperto. Melhor não se envolver.
Brincadeiras à parte, a resposta de Protágoras ilustra bem o relativismo de que os sofistas (até onde se possa saber) são os autores: a conclusão depende do critério adotado. Ou, se se quiser, do observador.
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