Sunday, January 08, 2006

Índex

A propósito de Eram os deuses astronautas?, lembrei dos livros proibidos de minha infância e adolescência, dos livros "recomendados" e dos que ninguém me viu ler. E fiz uma lista:

Livros proibidos:

- Eram os deuses astronautas?, de Erich Von Daniken: primeiro na lista dos proibidos, mas nem precisava. É inocuo.
- Doutor Jivago: sim, por incrível que pareça, fui proibida de lê-lo. A censura doméstica o considerava imoral. Li, claro, mas só lembro de ter chorado muito. Mais nada.
- O egípcio, de Mika Waltari: este, sim, fez diferença. Ainda tenho uma viva lembrança do momento em que o egípcio encontrou o deus morto.
- O Capital, de Karl Marx: esse nem era necessário proibir, porque eu não o leria de qualquer modo. Nunca me interessou o bastante.
- Madame Bovary, O amante de Lady Chatterly, Anna Karenina, Moll Flanders, Bola de Sebo, Manon Lescaut: tudo muito imoral, segundo me disseram. Li, né.
- ...E a Bíblia tinha razão, de Werner Keller: cometia o pecado de tentar explicar os milagres da Bíblia à luz da ciência. Li, reli e mantenho em conserva.

Livros recomendados, que não precisaria ter lido:

- Pollyanna e Pollyanna moça, de Eleanor H. Porter - A praga do "jogo do contente" atormentou minha infância e adolescência. Eu achava que, se tentasse olhar o lado bom das situações adversas, tudo estaria bem.
- O pequeno príncipe. Li a biografia de Saint Exupèry constante do livro "De Proust a Camus", de André Maurois, e desenvolvi uma certa antipatia pelo homem. Só li "O pequeno príncipe" porque estava ficando chato não conhecer. Até os amigos me recomendavam. Mas não tenho talento para a doçura e já estava contaminada pela biografia do autor. Não consegui nem achar lindo.
- Coração de Vidro, de José Mauro de Vasconcelos: esse livro me deixou muito triste. Não é de se admirar que o autor acabasse se matando. Sensível demais. Doído demais.

Livros que ninguém me viu ler:

- Giovanni, de James Baldwin: para quem também lia Bárbara Cartland, este livro foi absolutamente chocante. Até então, nunca me passara pela cabeça que o amor entre dois homens pudesse ser romântico.
- Temor e Tremor, de Kierkegaard: o único livro que tive de fechar. Só retomei a leitura anos depois. Senti o edifício balançar seriamente, e eu nem tinha entendido direito.

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