Thursday, January 26, 2006

Enterro no estômago

Diz uma passagem do tratado anônimo Dissoi Logoi, de mais ou menos 400 a.C.:

"Os Massagetas esquartejam seus pais e os comem, e acham que o ato de enterrá-los em seus filhos é a forma mais bela de homenageá-los".

Puxa. Não sei que povo é esse, mas o mesmo costume é também narrado por Heródoto em sua História. Tratava-se de um ritual fúnebre: o morto devia ser servido no jantar. Family only.

Eu não quero ser desagradável, mas preciso perguntar sobre os aspectos práticos da coisa toda. Alguém tem de pensar nisso.

E se não houvesse filhos?

Se o morto fosse criança, que faziam com ele?

O que faziam com os ossos? Enterravam no estômago dos animais?

Quantas panelas seriam necessárias para cozinhar um homem de 1,70m, mais ou menos?

Aliás, os mortos eram cozidos?

E se houvesse só duas pessoas na família? Teriam carne prá semana inteira, mas e aí, o que faziam? Salgavam o morto?

Aliás, será que serviam o morto temperado?

E se o morto já estivesse, digamos, em decomposição?

E se estivesse meio passado, por exemplo, com 90 anos?

E se fosse só pele e osso?

E se estivesse doente?

E se?

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