Recentemente, em uma aula de que participo como estudante, escutei argumentos bastante elaborados, oriundos de pessoas diversas, contra o ateísmo:
1. Um amigo ateu me explicou que não crê em Deus por que, quando tinha cinco anos, jogou uma pedra numa janela. A janela quebrou, e o menino pediu a Deus que não deixasse ninguém saber que ele era o autor da façanha. Deus não ouviu o pedido e ele foi castigado. Desde então não crê mais em Deus. E acrescento, por minha conta e risco: "Deus não existe porque não faz a minha vontade."
Argumentei: "Isto não é ateísmo; é ressentimento".
Veio a resposta: "Do ressentimento vem o ateísmo".
A conversa prosseguiu, com outro participante:
"Pior é um ateu que diz 'Graças a Deus'"
Ow, se eu tropeçar em uma pedra e disser "mas que diabo!" estou invocando o capeta?
Então o argumento seguinte: "Mas há bons ateus, que são mais corretos que muitos cristãos".
Isto é, há ateus que são até bons cristãos, apesar de negarem o cristianismo.
E, por fim: "Ateísmo é recusa do pai".
Então tá. Tudo se resume em uma dificuldade psicológica com figuras de autoridade (que o "denunciante" não tem, claro).
Não resisti, meti o bedelho na discussão e ouvi a máxima a respeito de minha interferência: "Isto sim é ressentimento!"
Festival de ad hominem.
Que é isso, gente?
Argumentei contra o ad hominem, ou seja, contra argumentos, e não contra crenças.
Que invoquem papai noel o quanto quiserem, mas encontrem argumentos mais razoáveis contra quem não coloca mais o sapatinho na janela. Pelo amor de Deus.
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