Tuesday, April 03, 2007

Filosofia do zero (1)

PROPOSIÇÃO I: de como as idéias erradas se sucedem umas às outras em fila indiana, obedecendo à ordem alfabética rigorosa e à afirmação de que se a=b e b=c, x=y

Todo estudante de filosofia que já seja versado na Imediateidade do Ser (e Ter) Nota Zero, compreende o Zero como sendo uma esfera, ou seja, como não tendo começo nem fim, sendo portanto homogêneo, eterno e imutável.

Ora, sabemos que o zero é homogêneo, pois todo o primeiro ano compartilha dele. Da mesma forma, dados estatísticos nos provam que também é eterno e imutável, pois a probabilidade de que os alunos com nota zero na primeira avaliação a alcancem também nas avaliações posteriores é de 100/100 (Isto se explica facilmente pelo fato de que, tendo alcançado o zero logo de seu ingresso à universidade, não terão dificuldade alguma em consegui-lo repetidas vezes).

Mas caminhemos mais um pouco. Se o zero é o Ser, ele é. Se é, não foi engendrado, pois o engendrado tem começo e fim e sabemos que o zero nada gera e de nada é gerado. Igualmente, se for mutável, já não é mais o mesmo, mas se modifica. Se ele se modifica, não é. Também não pode ser vazio, porque o vazio é o incorpóreo e o incorpóreo é o vazio.

Portanto, não existe a nota zero senão enquanto zero e, se de nada vem a ser e nada virá a ser, a nota zero (que obviamente vem de nada), é o ser. Ou seja, é homogênea, eterna e imutável. Logo, a nota zero é uma verdade bem redonda.

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