Caiu algo do céu, lá em Porto Reconquista, um vilarejo argentino, próximo à fronteira com o Uruguai.
Sim, os deuses enviaram uma pedra aos habitantes da pequena Reconquista. Azul, do tamanho de uma bola de futebol. Linda. Apetitosa. Enviada talvez pelos deuses astronautas.
O presente não chega a ser uma coca-cola, mas é uma pedra azul, brilhante, com um líquido no interior. Linda. Apetitosa.
Não chega a ser uma brastemp, mas Reconquista também não é Kalahari.
Enfim. Apetitosa.
A pedra foi lançada de um avião. Os deuses, que habitam pássaros gigantes, concederam esta graça aos mortais: enviaram sua própria urina, misturada a um tantinho de detergente, claro. Detergente azul, claro.
A mistura detergente + urina resultou na cor esverdeada da pedra quando se partiu ao tocar o solo. Cristalizou com a queda. Claro.
Houve quem bebesse o líquido do interior. Claro. Quem vai recusar a urina dos deuses? (aposto que Lacan pensava na urina dos deuses ao falar em dejeto do real).
Ora pois.
Não é que Wilde tinha razão? A vida realmente imita a arte.
Tuesday, September 20, 2005
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