Friday, September 02, 2005

Odeio Altman

Sim, eu confesso! Confesso, confesso: odeio Altman, Bertolucci e essa linguagem superfície-imitando-a-profundidade de filmes como Elefante, Aos treze, De olhos bem fechados, Tempestade de Gelo e todos, todos, todos (eu disse todos) os filmes de Robert Altman (evidentemente não assisti a todos, mas isso é só um detalhe).

Eu me refiro àquele tom pretensamente profundo, com diálogos lentos, lentíssimos, pausados, de subjetividades profundamente profundas e frases de efeito substanciais, ditas entre quatro paredes, secretas, verdadeiros espelhos da alma, bem ao estilo "gostaria de ver meu namorado em um vestido", vindo do fundo da alma, compreende?

Pois é. Se o modo como falamos revela o modo como raciocinamos, vai ver que o modo como expressamos nossos pensamentos diz da profundidade destes pensamentos. Altman deve achar que um filme lento, monolítico, de diálogos-monólogos intercalados com longos períodos de silêncio (pra que a gente perceba que as personagens estão pensando) é, por isso mesmo, pleno de conteúdo.

Águas paradas são profundas, certo?

Errado. Isto é exceção.

Alguém pode, por caridade, informar ao Altman o que até um mosquitinho da dengue sabe?

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