Tuesday, December 30, 2008

Welles e o fim do mundo

Que Orson Welles tenha sido um grande diretor, Cidadão Kane é prova suficiente. Mas nunca achei que, como ator, passasse do medíocre ou do aceitável. Mesmo para uma época em que os atores agiam diante da câmera como se estivessem no teatro, Welles me parece inexpressivo.

Mas há um episódio que contradiz essa minha impressão: em outubro de 1938, quando ainda era desconhecido, Welles narrou, pelo rádio, "A Guerra dos Mundos", de H.G. Welles, que contava a invasão da Terra por Marcianos.

A dramatização foi tão perfeita que gerou pânico na audiência. O povo refugiou-se em abrigos ou saiu para comprar armas. Muitos tentaram se proteger do gás letal com toalhas.

No fim das contas, era só um bom narrador e um livro não tão bom assim.

2 comments:

John said...

Como se diz é mesmo importante quando não se pretende a persuasão racional, antes pelo contrário.

sofista said...

Oi John

Em minha opinião tudo é retórica. O resto, o que sobra da retórica, não é o real, mas aquilo que se pretende tornar real. Mesmo a persuasão racional, eu penso, é retórica.