Meu pai é uma graça. Preocupada com o fato de que ele não anda lá muito bom da memória, sugeri que exercitasse mais a mente, resolvesse palavras cruzadas, quebra-cabeças, essas coisas. A reação foi imediata: "Memória ruim? Eu não tenho memória ruim! Você lembra, por acaso, onde fica Sebastopol? Não? Pois eu me lembro! Quem é mesmo que tem memória ruim aqui?"
Cruzes! Sebastopol? De onde veio isso?
Então está resolvido: se ele é capaz de se lembrar de que existe Sebastopol (ainda existe?), ninguém pode dizer que não tenha boa memória, o que me leva a outro "diagnóstico": trata-se apenas de desinteresse pelas coisas do dia-a-dia.
A não ser, é claro, pelo fato de que lembrar de uma informação que reteve em mil-novecentos-e-bolinha não invalida a tese de que anda se esquecendo de fatos recentes, mas eu é que não falo mais nada.
Sei lá para onde ele não vai depois de Sebastopol.
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