Os gregos não inventaram o terror. Claro que não. Mas, se observarmos mais atentamente, o Hades é tudo de que um filme de terror precisa: há mortos, muitos, muitos mortos; há um animal de três cabeças, o Cérbero, que estraçalha tudo o que quiser sair do Hades (ou seja, há também pedaços de corpos e muito sangue); há almas penadas, lamentando a sua falta de sorte; há espíritos desencarnados, mas ainda presos à terra; há Cila no meio do caminho, aquela serpente gigante de não-sei-quantas cabeças; há Caribdes também no caminho, aquele rio de águas agitadas, que suga tudo o que passa ao redor; há Caronte, o velhinho cadavérico e mudo; há rios de fogo; há muita névoa e escuridão; há o governante disso tudo, uma figurinha horrenda, que vagueia invisível pela terra à procura de mortos em potencial. Para contrapor à tensão o alívio, há ainda a doce, bela e sensível Perséfone, deusa da primavera.
E o mais importante: tudo isto te espera lá na frente. Inexoravelmente.
Quem precisa de filme de terror?
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