Wednesday, March 12, 2008

Juju, Rita Lee e o trance

Aposto que você não sabe quem é o Juju.

Tente adivinhar: Juju tem barba, bigode, é magrin, gostava de falar de amor e passou alguns dias vendo o mundo do alto.

Adivinhou? Não?

Quer mais dicas?

Juju tinha mãe, mas não tinha pai. Morreu, mas não foi enterrado.

E agora, adivinhou? Claro, né? Juju é Jesus Cristo.

Ao menos, é esse o nome carinhoso com que os malucos da Igreja do Trance Divino se referem ao Cristo.

A Igreja do Transe é uma seita dedicada... ao trance! Os adeptos pregam uma religiosidade dançante, sem sofrimentos, sem essa de morrer para renascer, pecado e quetais. E sobretudo sem dízimo. Você só precisa pagar a entrada para as festas e se divertir a valer.

Ah, sim: para fazer parte da seita, precisará ter um nome indiano. Um daqueles nomes enormes, impronunciáveis, que ninguém quer ter.

Mas vou logo avisando: se quiser ser pastor da Igreja do Transe e mudar sua vida em uma boa farra de sexta-feira, terá de ser DJ.

Depois de Jesus?

Não, não.

Disc-Jóquei mesmo.

Para ser pastor também é imprescindível tocar bem, claro. Mas se você for um tipo humilde e preferir ser uma coisinha de nada na seita, basta ter um bom conhecimento de música eletrônica e adorar Rita Lee, a santa da seita.

Isso, mesmo. Rita Lee e trance. E daí? O que você tem a ver com isso?

Vá lá, vá. Alto Paraíso, Goiás. O que você tem a perder?

Leve um cd de trance para garantir a entrada.

Se não está acreditando em mim, espie a reportagem linkada no título deste post e acredite na ministra Anirit Kuyana: “Nossa religião é basicamente musical... Ela te leva num ritmo enorme e te solta lá em cima sozinho. E aí nisso a mente esvazia, você fica no nirvana, você fica sem o pensamento. É essa a delícia do trance: É misturar o básico ‘bate estaca’ da animal, do bicho que somos, com o espírito, com divindade”.

É... Quem nasceu jaburu nunca será cotovia. Mas que tenta, tenta.

3 comments:

Anonymous said...

Sofista,

Não é tão difícil ter seu nome de iniciado. É só mandar uma carta com o nome e data de nascimento que eles mandam o teu nome iniciático. Só não me lembro qual centro indiano de yôga faz isso.
Daí, quando estiverem falando sobre essas coisas tipo cromoterapia, chacras, kundaliní, você logo se anuncia com o seu novíssimo Aymevitrà Govinda Mahaananda e pode falar qualquer coisa que te olharão como um iluminado.
Bah, fácil, fácil...

Não são os dervixes que também suprimem a consciência dançando (sabe, aqueles que ficam rodando)?
Já que "para o sábio, tudo é sofrimento", suprimir a consciência já é um começo.

bjs

sofista said...

Oi Anônimo!

Vou mandar a carta para saber a que nome indiano tenho direito. Só espero que não venha algo parecido com o nome daquele personagem de seriado, Dr. Mahesh 'Bug' Vijayaraghavensatanaryanamurthy.

Prá não passar por mentirosa, eis o link: http://www.imdb.com/character/ch0025499/

Credo. Como é que se pronuncia uma coisa dessa?

Mas os americanos são ótimos. Arrumaram logo um apelido para o sujeito: Bug, inseto.

Isso de ficar rodando é bom mesmo? Ninguém fica tonto, ou ficar tonto é parte da supressão da consciência?

Vou pensar se realmente quero isso prá minha vida. :-)) Supressão da consciência não me parece uma boa coisa. Imagine se me procuro e não me acho. Vou ficar nervosa.

Bjs

sofista said...

A propósito... notou que no meio desse nomão tem um satan?