Anaximandro de Mileto (século VI a.C.), discípulo de Tales de Mileto, era uma figura extraordinária. Afirmava que a terra era redonda, fez o primeiro mapa de que se tem notícia e, pasmem!, resolveu o problema da origem do homem.
Como?
Simples: o homem veio do peixe, com catorze anos.
O raciocínio deve ter sido o seguinte:
O homem só pode ter vindo do mesmo ou do outro.
Do mesmo não pode ser, porque jamais chegaríamos ao primeiro homem; haveria sempre outro anterior que o gerou.
Se veio do outro, terá sido do outro natural ou do outro não-natural?
A hipótese de que o homem veio de um ser não-natural é descartada; já tivemos deuses demais.
É certo, então, que o homem originou-se de outro ser, natural. Logo, o homem antes de ser homem era outra coisa.
De onde vem a vida? Do mar, claro.
Então o homem veio do mar.
Se vivia no mar, então era peixe.
Por alguma razão desconhecida, houve uma transformação: um peixe gerou um ser diferente em alguns aspectos de si mesmo.
Ao fim de catorze anos de gestação, o peixe-mãe pariu seu filhote estranho próximo da terra (esse peixe era mamífero, obviamente).
Por que catorze anos?
Porque o homem, segundo Anaximandro, só é capaz de sobreviver sozinho aos catorze anos. Antes disso se for abandonado, morre.
Então.
O homem-peixe foi parido na praia.
Ainda tinha escamas, ainda era mais peixe que homem.
Com o passar do tempo e a adaptação à terra, perdeu as escamas, aprendeu a respirar pelos pulmões e ganhou pernas para se locomover.
Novas mudanças aconteceram, até se transformar no que é hoje.
Agora me diga: isto é ou não é uma espécie de teoria da evolução?
Quem foi mesmo que disse que na ciência nada se cria, nada se perde; tudo se transforma?
Laplace?
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