Friday, August 25, 2006

A empresa de Cristo

Um recurso dos mais comuns no trato de uma idéia particular em livros de auto-ajuda, psicologia, marketing e administração, é o de relacioná-la com alguma figura real ou mitológica.

Deve ser para dar um toque de originalidade ao trabalho.

Enfim.

Um tal Bob Briner, veterano da prática, horrorizou: foi buscar logo a figura mais importante dos últimos dois mil anos para defender um modelo de administração de empresas, e escreveu Os Métodos de Administração de Jesus. A premissa básica é que a empresa continua ativa após dois mil anos. Logo, só pode ser boa.

O que Briner esqueceu de dizer é que o dono da empresa morreu por causa dela; um de seus executivos vendeu a alma ao capeta; dois dos remanescentes brigaram pela presidência, o que resultou em divisão interna e um outro remanescente nem mesmo acreditava que a empresa fosse tão boa assim. Ou seja, nunca vestiu a camisa.

Ah, tá. O que importa é a empresa, não os executivos. Entendi.

2 comments:

Anonymous said...

O que caracteriza todos esses tipos de livros é, não raro, o giro em torno da falácia do apelo à autoridade - aqui no caso a autoridade máxima da religião cristã. E como vendem.

sofista said...

Oi Weber!

É verdade. Acho que vou escrever sobre Caríbdes, aquele mar que engole tudo à volta, para usar como metáfora para o mercado: o mercado é uma força que engole o homem e tudo o que o envolve. Será que vende? Já pensei até no título: "Caribdes e a escravidão do capital".

Se não funcionar, não há problema. Pensarei em outra coisa. :-))))