É uma produção divertida, repleta de efeitos especiais, só que muito metafórica. Os irmãos Wachowski são bons no que fazem. Keanu Reeves também tem me citado em muitas ocasiões, só que eu não tenho certeza de que ele captou meu pensamento. O fato, porém, é que Matrix faz uma leitura ingênua da relação entre ilusão e realidade. Os diretores se basearam em meu livro Simulacros e Simulação, mas não o entenderam. Prefiro filmes como Truman Show e Cidade dos Sonhos, cujos realizadores perceberam que a diferença entre uma coisa e outra é menos evidente. Nos dois filmes, minhas idéias estão mais bem aplicadas. Os Wachowskis me chamaram para prestar uma assessoria filosófica para Matrix Reloaded e Matrix Revolutions, mas não aceitei o convite. Como poderia? Não tenho nada a ver com kung fu. Meu trabalho é discutir idéias em ambientes apropriados para essa atividade.
Jean Baudrillard, em entrevista à revista Época.
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2 comments:
Amiga, depois que o filme fez os livrinhos venderem absurdamente, o Baubau vem com essa aí? É fácil afirmar que os irmãos Wachowsky e o Keanu não entenderam o seu pensamento, mas quem entende? E ele lá sabe escrever? E eu não engulo o que ele disse em Paris quando interpelado por um colega que afirmara que os livros do Baubau eram estudados nos Brasil e ele veio com o inesquecível: "Quem autorizou a me estudar?". Vá se catar Baubau...
Weber!
Pois é, os livros venderam mesmo. Eu até comprei alguns. :-))) Não posso dizer com certeza, mas acho que isso de não terem entendido a tese tem a ver com toda a coisa cristã do filme: há a realidade fabricada, mas há Sião; há a mentira, mas há a verdade (que só o escolhido pode encontrar). Acho que o Baubau não pensa assim não. Acho que, para ele, o virtual é toda a realidade. Mas eu só acho mesmo. :-))))
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