Sunday, November 13, 2005

O belo e o feio

Ainda sobre Bollywood: apesar de retratar a Índia, um país onde há muita pobreza, não há feiúra no filme a que assisti. As pessoas são belas, muito bem vestidas, vivem bem (apesar de se dizerem pobres), viajam pelo mundo, são felizes e não têm conflito. Ou seja, tudo perfeito e ilusório.

Já o cinema árabe, ao menos o que tenho visto, destaca a pobreza, a mesquinhez, a pequenez e, ao mesmo tempo, a grandeza diante da adversidade. O retrato do país é, via de regra, centrado na pobreza e na feiúra. As pessoas são feias, mal vestidas, ignorantes. As ruas são vielas sujas, sem asfalto. A esperteza e o oportunismo reinam. É tudo muito feio.

Não há o que discutir: os filmes árabes, se comparados aos indianos de Bollywood, são infinitamente superiores. Mas qual é o critério que me permite fazer essa afirmação? O realismo? Desde quando o realismo virou um certificado de qualidade da arte?

Quando foi que começamos a cansar da mentira e a exigir a verdade?

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