Tuesday, November 29, 2005

Cruzadas (2): Chovendo cabeças

Os cruzados haviam tomado Jerusalém, transformado quase todos os seus habitantes (judeus e muçulmanos) em cadáveres, criado o Reino de Jerusalém e nomeado Godofredo de Bouillon seu governante.

No entanto, o exército de Saladino, o grande líder sarraceno, estava tendo vitórias importantes sobre os cristãos, na cidadezinha de São João D’Arce, porto do Reino de Jerusalém. Seu propósito claro era a retomada da cidade.

Ricardo Coração de Leão, rei inglês (1157-1199), o grande herói cruzado, dirigiu-se em 1191 ao porto de São João D’Arce, sitiado há vários meses pelos cristãos, cujo exército se encontrava enfraquecido e desanimado.

Eis a situação: o sítio já se estendia por longos meses e, embora cercados, os habitantes de Arce não davam mostras de que se renderiam. Os muros da cidade eram resistentes o bastante para serem derrubados e Saladino não tardaria a enviar mais tropas para combater os cristãos. Ou seja, se esperassem um pouco mais até a rendição da cidade (já que, sitiada, os habitantes sofriam com a falta de alimentos e água e não tardariam a se render), enfrentariam as tropas competentes de Saladino. Se desistissem, estariam a um passo de perder novamente Jerusalém. Só havia uma coisa a fazer: obrigar os habitantes de Arce a se entregar.

Os recém-chegados, Ricardo e o rei da França, Felipe Augusto, construíram enormes catapultas, mas o que lançaram à cidade não foram pedras ou tochas. Ricardo ordenou que os habitantes das regiões circunvizinhas, miseráveis que não puderam se abrigar dentro da cidade, fossem degolados um a um. De hora em hora uma cabeça era atirada por sobre o muro, com o auxílio da catapulta.

Imagino o terror dos habitantes de Arce, sob uma chuva de cabeças. Em pouquíssimo tempo renderam-se todos.


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