Antes tarde do que nunca.
Sócrates tinha uma paciência invejável, a julgar pelo testemunho de Platão e, claro, pelo modo como lidava com a mulher, Xantipa. Nem quando foi sentenciado, dizem as más línguas, Sócrates perdeu a paciência.
Exceto por uma vezinha só, momentos antes da morte, porque o mandaram calar.
Ninguém manda Sócrates calar, né?
Imagine. Se não escrevia, só podia filosofar falando.
No Fédon (63c), Críton explica a Sócrates que o homem responsável por lhe dar o veneno recomendou que não falasse muito, para não retardar a ação do veneno.
Sócrates respondeu, furioso:
- Dize-lhe que vá às favas! Ele que me dê o veneno duas ou três vezes, se for preciso!
Não foi preciso, mas devem ter descoberto que a fala não é tão poderosa assim.
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