Uma solução possível para o problema apresentado no post anterior é:
A alma é imutável, mas guarda lembranças. A maiêutica tem a finalidade de reconduzir a alma por um caminho que a faça se lembrar daquilo que sabe, mas não sabe que sabe. A sofística, com seus subterfúgios, desviaria a alma desse percurso. Então, mesmo que a alma seja imutável, encarnada ela pode ser confundida pelo imediato.
Ah, bom.
Mas ora. Se a alma não muda, que efeito poderia ter a encarnação sobre ela? Se a encarnação tem algum efeito, estamos falando de evolução (ou involução), certo? Neste caso, a alma não é imutável, certo?
Bem, então falta considerar a hipótese de que a sofística tem efeito negativo apenas sobre a alma dos filósofos, porque as impede de alcançar a verdadeira sabedoria.
Se é assim, o filósofo-alma precisaria de outra encarnação para ser filósofo encarnado, e isso significa evolução (não da própria alma, mas de sua condição no cárcere do corpo).
Hmmm. Acho que acabei, sem querer, de resolver o problema.
Alma imortal = imutável
Alma mortal = mutável
Está bem, mas prá quê encarnar? Prá mudar?
Não. É que a alma pecou no paraíso.
Mas vou deixar o orfismo prá outro dia. Minha alma cansou.
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