Falando sério, me apareceu recentemente uma dificuldade com o sistema de Platão, que ainda não consegui resolver. O problema é: se a alma é imutável (sim, em Platão ela é), e não se ensina coisa alguma (daí a maiêutica), por que, afinal de contas, os sofistas são um problema?
Por que?
Segundo o Fédon, filósofo é filósofo, bonzinho é formiga e mauzinho é lobo, certo? A alma é o que é, não muda. Logo, os sofistas não podem tornar os bons maus, nem os maus bons, nem desviar os filósofos de seu caminho iluminado.
Então, ora essa, que perigo a sofística pode representar para almas imutáveis?
Sei não, mas acho que Platão andou mudando de opinião ao longo do caminho.
Nem adianta vir com a tal teoria da divisão da alma. Nem pense em explicar o problema alegando que em alguns prevalece a alma racional, em outros a irascível, em outros ainda a concupiscente. O problema permanece, e não se acrescenta nada ao que a -- presumo -- alegoria do Fédon já havia apresentado.
Aparentemente o sistema de Platão não é tão bem fechadinho assim.
Alguém me ajuda?
Não sem debate, claro.
Reservo-me o direito de prolongar o assunto o máximo possível.
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