Friday, April 10, 2009

Aristóteles e a tragédia

Platão escrevia em forma literária e condenava a arte.

Platão não foi o único mestre de Aristóteles, felizmente. Antes de Platão, Aristóteles havia sido aprendiz do pai, médico do rei da Macedônia, Amintas, pai de Felipe.

Quando Platão ficou dois anos em viagem, Aristóteles estudou com um discípulo dele que era em essência mais um biólogo que um filósofo.

Por isso, era também um cientista, escrevia como cientista, mas valorizava a arte (por razões que não vem ao caso aqui).

Para Aristóteles, uma boa tragédia (aquela que cumpre a função catártica da arte), deve cumprir certos requisitos:

1. não deve começar nem terminar ao acaso;
2. todas as ações devem ter nexo causal;
3. não deve ser nem breve demais, nem longa demais;
4. a ação deve ser una;
5. deve ter peripécia, reconhecimento e catástrofe;
6. a ação deve se desenvolver entre amigos (ou seja, as personagens principais devem se conhecer);
7. o caráter deve ser coerente;
8. a beleza da linguagem e o uso de metáforas devem ser moderados para não distrair a atenção do espectador;
9. o desenlace deve resultar da estrutura do mito;
10. é preferível o impossível mas crível que o possível mas incrível.

O que estão fazendo os artistas, que não lêem Aristóteles?

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