Sunday, September 23, 2007

Baixarel em Macumba

O MEC, que já havia aprovado a abertura de uma faculdade de astrologia, aprovou também a faculdade de umbanda, que já formou a primeira turma.

Bacharelado, ora pois. O licenciado certamente ficaria desempregado, porque nosso estágio atrasado de desenvolvimento espiritual e marcante interesse mercadológico não permitiria a um licenciado que ganhasse dinheiro dando aulas de umbanda em escolas de primeiro e segundo grau. Pelo menos, quero crer que não.

Se estiver interessado, trata-se da FTU, Faculdade de Teologia Umbandista, de São Paulo. Veja o site da FTU clicando no título deste post.

Verdade seja dita: se ainda há faculdades de teologia pelo país afora, coisa que já devia ter desaparecido há muito tempo, deve-se aceitar também faculdades de umbanda, quimbanda, espiritismo, reiki, islamismo, judaísmo, taoísmo, astrologia, tarot, numerologia, adoradores de saci-pererês, duendes e boitatás, parapsicologia, runas, quiromancia, bruxaria etc etc.

Tudo bem. Pode-se estudar a umbanda como folclore. Mesmo assim, é curioso que haja uma faculdade de folclore. Ou folclórica, melhor dizendo.

Eu gostaria mesmo é de cursar uma faculdade de vidência. Daria prá ganhar um bom dinheiro prevendo o futuro com qualificação superior, diplominha na parede, pós-graduação em vidência pós-moderna e mestrado em futurologia. O MEC aprovaria, com certeza. Daí teríamos, nós, os videntes graduados, um conselho com regulamentação e código de ética, que impediria os não-graduados (os videntes práticos) de exercer a profissão, e os graduados, de exercer a profissão em benefício próprio. Afinal, a vidência e a assistência social estão intimamente ligadas.

Ah, sim: a grande referência intelectual seriam as Centúrias, de Nostradamus.

E vamo que vamo!

4 comments:

tilhio said...

Legal! Há muito tempo não tinhamos atualizações nesse blog. Vamos torcer que as atualizações sejam frequentes a partir de agora.

Anonymous said...

Ôche,

quanto tempo, hein?!

Vejo mal não.
Eu até frequentaria, principalmente se dessem aulas de culinária de encruzilhada. Quem já esperimentou comida de terrero sabe como é boa. E além do mais, alimenta os necessitados. Quantas vezes já vi mendigo se banqueteando nas esquinas.

bjs

sofista said...

Tilhio!

Que bom vê-lo de novo por aqui. Pois é, já faz um tempinho que não escrevo. A vida tá corrida. Mas tentarei ser mais frequente.

sofista said...

Oi Anônimo!

Ôche! Nem sei mais o que é tempo. Só tenho uma vaga noção de que algo me falta. :-)))

Nunca experimentei comida de terrero. Engraçado como tudo parece se repetir. Os gregos festejavam as hecatéias, uns dez dias de festas dedicadas a Hécate, a deusa da escuridão, em que o principal ritual era deixar comida nas encruzinhas ao redor de Atenas, para alimentar os viajantes e os pobres. Junto com a refeição vinham três cachorros mortos. Que beleza, não? :-))) Hoje é galinha, mas no essencial não mudamos nada. :-)))

bjs