Monday, June 27, 2005

Assim não vale

O escultor grego Praxíteles, que viveu no séc. IV a.C., queria fazer uma estátua de Afrodite, mas precisaria, para isso, encontrar uma modelo cuja beleza estivesse à altura da deusa do amor e, ainda, alguém que aceitasse ser representada nua. A segunda parte seria ainda mais difícil, já que os gregos julgavam que o corpo feminino não deveria ser exposto. A iniciativa seria considerada, com certeza, uma séria ofensa à deusa e aos costumes.

Praxíteles resolveu o problema usando como modelo uma hetária (espécie de cortesã-sacerdotisa da antiguidade) e trabalhando às escondidas. Mesmo com todos os cuidados, foi descoberto. A esta altura, já havia concluído o trabalho (clique no título para ver a escultura).

Praxíteles e Frinéia, a hetária, foram levados a julgamento. Pelo sacrilégio, a pena seria a execução. Os acusadores alegavam que nenhum mortal poderia se igualar, em beleza, à deusa do amor.

Frinéia não se fez de rogada. Usou, para se defender, um argumento bastante simples: ficou nua diante do júri.

Inocente.

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